sábado, 24 de marzo de 2012

Não somos a Grécia...


Talvez antecipando a horrível execução orçamental de Fevereiro, o Governo andou num virote de charme na Europa e na América. Curiosamente, a operação teve perfeita correspondência do lado da União Europeia, que não nos poupou elogios e até garantiu que nos apoiaria para lá do programa de ajustamento. De facto, perguntamo-nos por onde andariam já os juros da dívida sem esta feliz combinação.
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A execução foi mesmo horrível: o défice explodiu face a Fevereiro de 2011, a despesa cresceu (embora por causa dos juros e de uma despesa extraordinária com a RTP) e a receita caiu muito. Passaram apenas dois meses, pouco para a plena avaliação da execução, mas se não somos a Grécia parecemos uma boa imitação. E só não olham para nós como se fossemos a Grécia porque ninguém quer que sejamos.
Jean-Claude Juncker reconheceu agora que o programa grego "foi errado". E, com medo que a Grécia se repita, anda tudo a apaparicar-nos. Uma nova Grécia demonstraria que o problema não é a Grécia mas a arma de destruição económica maciça em que se transformou o euro. Bem podemos aproveitar a onda de boa vontade que por aí anda, mas para que servirá ela?

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