viernes, 29 de mayo de 2009

A situação de Vítor Constâncio...

À semelhança de Manuel Dias Loureiro, Vítor Constâncio é inamovível do Banco de Portugal. Isto significa que não pode ser demitido. Mas, tal como o ex-conselheiro de Estado, são questionáveis as condições objectivas que mantém para o exercício do cargo de supervisor e regulador do sistema bancário nacional.
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À luz do que se vai sabendo do caso BPN, e tendo no "currículo" outros casos em que a supervisão falhou redondamente - BCP e BPP -, é manifesto que o governador do Banco de Portugal está numa situação cada vez mais frágil.
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Ao supervisor do sistema bancário exige-se que seja pró-activo e não passivo, como manifestamente tem sido a atitude de Vítor Constâncio. Tal como ao procurador-geral da República ou à CMVM, exige-se ao Banco de Portugal que, perante todo e qualquer rumor nos mercados e no sector financeiro, actue e investigue.
E pelo menos desde 2002 que há rumores sobre o que se passava no BPN.
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Não colhe, por isso, a argumentação de Vítor Constâncio de que não sabia de nada. Se não sabia, foi porque não quis saber ou quis saber pouco. E até o PS já percebeu isso mesmo.
É evidente que não é legítimo nem aceitável tratar da mesma forma o "ladrão" e o "polícia". Mas, perante a incompetência e a incúria, o "polícia" tem de ser sancionado.
A punição do "ladrão" está em curso - Oliveira Costa está em prisão preventiva e a investigação judicial prossegue.
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Mas, e a imagem é esta, se um polícia fecha os olhos ou vira a cara a algo que se assemelhe a um assalto, não pode continuar a ser polícia.
É o que se passou com Vítor Constâncio e que o relatório da comissão de inquérito ao caso BPN irá demonstrar.
in Editorial do DN

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