sábado, 28 de julio de 2012

No Reino da Granelândia...


Efectivos vão ter de concorrer

Milhares de professores dos quadros, alguns com 30 anos de serviço, foram forçados a concorrer a outras escolas por não terem turmas atribuídas. Terminou sexta-feira o prazo para as escolas indicarem à tutela quais os professores que, previsivelmente, terão horário- -zero e muitos receberam a notícia de que terão mesmo de ir a concurso. O procedimento não é novo mas desta vez atinge outras dimensões, devido a medidas do Governo que reduziram os horários disponíveis nas escolas.
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Relatos de professores sucedem-se em blogues de educação. "O ambiente na escola era de profunda tristeza, colegas com mais de 30 anos de trabalho que agora têm de concorrer. Estou desolada e envergonhada", escreve uma docente no blogue A Educação do Meu Umbigo.
O Ministério da Educação e Ciência não revela quantos docentes do quadro terão de concorrer a Destacamento por Ausência de Componente Lectiva.
Mário Nogueira, secretário--geral da Fenprof, estima que serão sete mil, em especial professores de EVT, Educação Tecnológica, Música, Português, Matemática e Educação Física.
O dirigente teme a situação em que estes docentes ficarão, mas garante que não serão colocados na mobilidade. "O problema é sobretudo a situação frágil em que ficam, à mercê das piores intenções do Governo. Podem estar seguros de que, para já, não serão colocados na mobilidade. Na negociação com o Governo, no âmbito da frente comum, ficou consagrado que o regime específico prevalece", disse ao CM, frisando contudo que "hoje todos temos a consciência de que o Governo, para mudar uma lei, basta acordar a pensar nisso".
Os professores terão de concorrer pelo menos ao concelho da sua escola ou também aos concelhos limítrofes, nos casos de Lisboa e Porto. Caso não haja horário disponível, regressam à escola de origem, para efectuar serviço não lectivo.
"A DESMOTIVAÇÃO É TOTAL", AFIRMA CARLA LOPES
Carla Lopes, de 42 anos, educadora no pré-escolar, com 21 anos de serviço, é efectiva e tem de concorrer. "Estive 12 anos a contrato e quando pensava que tinha estabilidade vou ter de concorrer pelo terceiro ano. A desmotivação é total", conta.


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