O diabo nos 'pormenores'...

O Presidente da República veio juntar-se às fileiras dos que recusam o prolongamento do programa de austeridade, alinhando na tese do Governo ‘Nem mais tempo nem mais dinheiro’, e isolando o líder do PS. Não sabemos se, como alegou, prolongar o programa aumentará o desemprego, mas uma coisa é certa: a continuar, a enxurrada de austeridade afogará de vez os portugueses.
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Apesar de o próprio FMI se mostrar disposto a alguma flexibilização, as autoridades nacionais insistem em que este é o rumo certo, vangloriando-se das avaliações positivas da troika, do bom desempenho das exportações, da redução dos juros no mercado secundário, da recuperação da credibilidade do País… Esquecendo ‘pormenores’ como o previsível falhanço das metas do défice, a espiral imparável do desemprego, o aumento dramático da pobreza, o número crescente de falências, o avanço alarmante da criminalidade…

Um dos ‘sábios’ que aconselham o Governo alemão, o economista Peter Bofinger, defendeu, pasme-se, que "os países em crise deviam suspender as medidas de austeridade até saírem da recessão" Não pedíamos tanto, apenas mais algum tempo para chegarmos com menos dor às metas do défice.

(CM)