Recentemente, dos mais variados sectores, e por vezes do mais alto nível, chegaram apelos ao nosso nacionalismo.
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O facto de Cristiano Ronaldo, depois de ser o melhor futebolista do Mundo, protagonizar a transferência mais cara de sempre foi elevada pelos média ao nível de um triunfo nacional. A verdade é que ninguém ficou indiferente, desde o ministro do Desporto inglês ao Parlamento espanhol, desde os presidentes da UEFA e da FIFA a treinadores e jogadores, por essa Europa fora. Em regra para dizer mal, invejosos pelo facto de ser portuguesa uma estrela tão de primeira grandeza. Escandalizam-se com os milhões de euros despendidos pelo Real Madrid e pelo facto de Cristiano Ronaldo ganhar 150 mil contos por mês.
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E eu penso nos infelizes futebolistas que ganham, já não direi metade, mas uns míseros 10% dessa quantia e que, apesar de tudo, e imagina-se com que dificuldades, lá vão fazendo a sua vida com 15 mil contos/mês! Mas é assim a vida, é assim o mundo do futebol - e, polémica à parte, fica-me este consolo: estão a falar de um português e, portanto, devo sentir-me orgulhoso.
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Pois se até a primeira figura do Estado foi convidada a pronunciar-se sobre esse tema de tanto interesse nacional! E da mesma fonte veio a chamada de atenção para o facto de termos outro português do qual devemos orgulhar-nos: o dr. Durão Barroso.
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Segundo o PR, não é nada indiferente, bem pelo contrário, a circunstância de ser um português a presidir à Comissão Europeia. Será mesmo uma questão de «interesse nacional». Interesse nacional?! Mas então ele não deve, indiferentemente, defender o interesse de todos «nós, europeus»? Se assim é, que interessa que seja português, ou não?
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Mas, está bem, se o nosso ego nacional se alevanta por termos esses dois portugueses tão gloriosos, que não seja por falta de apoio meu!
Sérgio Andrade
in JN
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