Biografia
É filho de pai português, Arnaldo Gonçalves Ribas, natural de Guarda (Portugal), e de mãe angolana, Maria da Conceição Bento Faria, natural de Luanda. Fez os estudos primários e secundários em Luanda, tendo passado pelo Seminário-Liceu de Luanda.
Poucos anos depois da criação do Liceu Salvador Correia de Luanda, viria em dois anos a concluir aí o 5º ano.Após uma estada em Portugal onde estudou aritmética comercial, regressa a Angola indo empregar-se na Direcção dos Serviços de Fazenda e Contabilidade. Residiu sucessivamente nas cidades de Novo Redondo, actual Sumbe, e Benguela, Ndalantando e Bié.
Foi em Benguela que aos 22 anos de idade se começaram a manifestar os primeiros sinais da doença que, 14 anos depois, o levaria à cegueira definitiva aos 36 anos de idade.
Considerado fundador da ficção literária moderna angolana, após António de Assis Júnior, Óscar Ribas iniciou a sua actividade literária nos tempos de estudante do Liceu.
A sua primeira fase de publicações começa com duas novelas: Nuvens que passam em 1927 e Resgate de uma falta em 1929.Segue-se a segunda fase com Flores e espinhos (1948), Uanga (1950) e Ecos da minha terra (1952).
No dizer do ensaísta e crítico literário Mário António, "Nesta última fase se inicia a prospecção da africanidade na obra de Óscar Ribas" para a qual contribuíu decisivamente " sua Mãe, D. Maria Bento Faria, protótipo das senhoras africanas do outro tempo, mantendo vivas as fontes originais da sua própria sabedoria".
Em toda a produção literária posterior, Óscar Ribas demonstra na verdade uma propensão pouco comum entre os escritores da sua geração e mesmo em gerações posteriores. Revela-se profundamente preocupado com os temas da literatura oral, filologia, religião tradicional e filosofia dos povos de língua kimbundu.
Destas preocupações resultam a sua bibliografia dos anos 60, nomeadamente:· Ilundo - Espíritos e Ritos Angolanos (1958,1975);· Missosso 3 volumes (1961,1962,1964); · Alimentação regional angolana (1965);· Izomba - Associativismo e recreio (1965);· Sunguilando - Contos tradicionais angolanos (1967, 1989)· Kilandukilu - Contos e instantâneos (1973);· Tudo isto aconteceu - Romance autobiográfico (1975);· Cultuando as musas - poesia (1992);Dicionário de Regionalismos angolanos.
Óscar Ribas foi por diversas vezes distinguido com prémios e títulos honoríficos: Prémio Margaret Wrong (1952), Prémio de Etnografia do Instituto de Angola (1959), Prémio Monsenhor Alves da Cunha (1964).
Quanto a títulos, com que foi agraciado: membro titular da Sociedade brasileira de Folk-lore (1954), Oficial da ordem do infante do governo português (1962), medalha Gonçalves Dias pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1968), Diploma de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura ( 1989).
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