Pouco interessava a Portas que várias "moções" tivessem já sido apresentadas, desde as dos professores aos enfermeiros, das dos trabalhadores da Qimonda às dos profissionais das forças de segurança - para só falar nas mais recentes, onde nem sequer me lembro de o ter visto em gesto de solidariedade. Menos lhe interessarão por certo as próximas "moções " que o mesmo rumo político já anunciado por José Sócrates levará seguramente às ruas deste país…
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Não interessava a Portas que a sua moção apontasse as injustiças que permitem cargas fiscais impossíveis sobre quem trabalha enquanto se perdoa a quem continua a fugir ou a pagar bem menos do que pode; ou que passasse de raspão sobre os excluídos, a pobreza, as reformas e salários de miséria, silenciasse os abusos do lay-off e a imensa precarização existente em Portugal na sequência de um Código Laboral inventado pelo seu amigo Bagão Félix e agora refinado pelo PS.
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Para além de ter conseguido levar o PSD a reboque, Portas não queria lá muito que o Governo caísse com a sua moção de censura. Creio até que se tal pudesse suceder, se apressaria a meter rapidamente a moção na gaveta. Na verdade, todos, Portas incluído, aguardam a censura que o país poderá voltar a dar ao PS em Setembro.
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Entre o ruído da moção de censura sobressaiu a nova postura de Sócrates. Começámos a semana com o Governo a mudar o porta-voz (caindo Vitalino Canas, o patrono das empresas de trabalho temporário); soubemos, depois, que o PS contratara um novo profissional de Comunicação Social, isto é, que Sócrates mudara de treinador…
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Mas será que o PS julga que os portugueses são estúpidos? O novo estilo Sócrates é verdadeiramente assustador e mostra o desnorte nas hostes do PS. É que não há imagem nem propaganda que possam esconder as injustiças e as políticas de desastre…
Honório Novo
in JN
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