José Campos de Figueiredo (Cernache, 6 de Maio de 1899 — Coimbra, 28 de Novembro de 1965), foi um poeta, ensaísta e dramaturgo português.
O poeta utilizou como pseudónimo o nome Paulo Prates
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Tela íntima
Lá fora, a noite escura… o vento aos ais,
A soluçar e a rir – doido soturno,
É um violinista trágico e nocturno
Wagnerizando a voz dos temporais!
Lá fora, a chuva fria das procelas…
E cá dentro, ao calor da nossa casa,
O nosso coração a arder em brasa
E o silêncio divino das estrelas
Tu embalas ao colo a nossa Filha…
A luz, a arder, que em nossos rostos brilha,
Dá-lhes um tom rosado de manhã…
E com a estranha e misteriosa tinta,
Com que Deus ao Sol-Posto as coisas pinta;
Nós formamos um quadro de Rembrandt!
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