
Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho, 14 de março de 1847 — Salvador, 6 de julho de 1871) foi um poeta brasileiro.[
Extremamente sensível às inspirações revolucionárias e liberais do séc. XIX,
viveu com intensidade os grandes episódios históricos do seu tempo e foi, no
Brasil, o anúncio da Abolição e da República; devotou-se apaixonadamente à causa
abolicionista, o que lhe valeu a antonomásia de "Cantor dos escravos".
Teve intensa vida sentimental, havendo desempenhado importante papel em sua lírica a
ligação amorosa com a atriz Eugênia Câmara. Duas vertentes se distinguem em sua
poesia: a feição social e humanitária, à Vitor Hugo, em que alcança momentos de
fulgurante eloqüência épica; a feição lírico-amorosa, mesclada da sensualidade
de um autêntico filho dos trópicos.
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Amar e ser amado
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Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
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Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento:
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Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano
—Beijar teus dedos em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante — amado —
Como um anjo feliz... que pensamento!?
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