domingo, 25 de marzo de 2012

Maus caminhos...


Portugal não é a Grécia, diz o governo. Então como explicar que a polícia portuguesa se esteja a comportar como a polícia grega? As manifestações de ontem na baixa não justificam a dureza daquela intervenção; e se um polícia não sabe distinguir um desordeiro perigoso de um jornalista com uma câmara fotográfica na mão, ele deve mudar de ramo – ou de óculos.
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De resto, só há uma explicação para a desmesura do espectáculo: o governo entende que a melhor forma de prevenir males maiores no futuro é matar à nascença qualquer desacato ou provocação.
Se o governo pensa isso, pensa mal: estas punições preventivas, longe de acalmarem os ânimos, apenas sobem a fasquia para o próximo encontro. E, pior, limitam-se a rasgar o contrato de tolerância que, apesar da austeridade, os portugueses ainda mantêm com o governo.
Os portugueses não são os gregos e não se comportam como eles.
Excepto se o governo os começar a tratar como tal.
(Joao P. Coutinho, in CM)

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