No litoral alentejano e no interior, há idosos sem dinheiro sequer para chegar às urgências e que já trocam produtos básicos por medicamentos. Nos centros de saúde, falta tudo.
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"As populações destas localidades estão evidentemente em risco", afirma o médico Denis. "Passar férias no litoral alentejano, pode ser perigoso". No Verão, "os lisboetas que precisam de ir à urgência, dizem muitas vezes que isto parece África".
À falta de transportes públicos, soma-se o mau estado das estradas, cheias de curvas e de buracos, por onde as ambulâncias têm muitas vezes de passar para ir buscar doentes, e que também têm de percorrer para os levar para o hospital.
A falta de uma comunicação eficaz entre os centros de saúde e os hospitais e a desarticulação entre os bombeiros e o INEM são apontadas por Denis como outros factores que agravam ainda mais as dificuldades do acesso aos cuidados médicos nas zonas do interior do país.
Muitas das situações revelam-se mesmo fatais, particularmente no caso de acidentes graves na estrada. Há casos de mortes que poderiam ter sido evitadas "se houvesse outra organização", diz o médico.
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