A12 de março de 2011, Pedro Passos Coelho justificava o chumbo anunciado ao
PEC IV, apresentado por José Sócrates, porque o Governo se estava a comprometer
em Bruxelas "sem passar cartão a ninguém". Lá, em Viana do Castelo, já em
ambiente que prenunciava uma crise política, a queda do então primeiro-ministro
e consequentes eleições antecipadas, o líder da oposição agravava o discurso e
comprometia-se para o futuro: "Não é normal em democracia o desprezo pelas
instituições e pelas pessoas. (...) É uma falta de cultura democrática que temos
de ultrapassar no futuro."
Passos Coelho tinha razão no perfil que então traçava de José Sócrates. Sobretudo na derradeira fase do seu consulado, crescia a perceção de que os pecados capitais do ex-chefe do Governo se estavam a acentuar. A arrogância e a soberba com que desprezava os seus adversários, internos e externos, contribuíram para a rutura entre a maioria frágil e a oposição, e para que todos descêssemos ao inferno.
Um mês depois, porém, o País descobria pela televisão e pela voz do próprio Passos Coelho que, afinal, não teria sido assim tão ignorado como queria fazer crer. Depois de 30 dias a pregar que de nada sabia, acabou a confessar que tinha estado em São Bento a conversar sobre o plano que Sócrates queria apresentar à Comissão Europeia. Facto que não desagrava a conduta negativa do anterior primeiro-ministro.
Pouco mais de um ano depois, a história repete-se, mas com os papéis invertidos e sem Sócrates na arena. O Governo, agora liderado por Passos Coelho, aprovou na segunda-feira, "sem passar cartão a ninguém", o Documento de Estratégia Orçamental para 2013-2016.
É irrelevante se se trata de um PEC, como admitiu Vítor Gaspar, ou de outra coisa qualquer. O que importa relevar é "o desprezo pelas instituições e pelas pessoas", tantas vezes denunciado por Passos Coelho na oposição e que agora parece tê-lo contaminado enquanto inquilino de São Bento.
Passos Coelho tinha razão no perfil que então traçava de José Sócrates. Sobretudo na derradeira fase do seu consulado, crescia a perceção de que os pecados capitais do ex-chefe do Governo se estavam a acentuar. A arrogância e a soberba com que desprezava os seus adversários, internos e externos, contribuíram para a rutura entre a maioria frágil e a oposição, e para que todos descêssemos ao inferno.
Um mês depois, porém, o País descobria pela televisão e pela voz do próprio Passos Coelho que, afinal, não teria sido assim tão ignorado como queria fazer crer. Depois de 30 dias a pregar que de nada sabia, acabou a confessar que tinha estado em São Bento a conversar sobre o plano que Sócrates queria apresentar à Comissão Europeia. Facto que não desagrava a conduta negativa do anterior primeiro-ministro.
Pouco mais de um ano depois, a história repete-se, mas com os papéis invertidos e sem Sócrates na arena. O Governo, agora liderado por Passos Coelho, aprovou na segunda-feira, "sem passar cartão a ninguém", o Documento de Estratégia Orçamental para 2013-2016.
É irrelevante se se trata de um PEC, como admitiu Vítor Gaspar, ou de outra coisa qualquer. O que importa relevar é "o desprezo pelas instituições e pelas pessoas", tantas vezes denunciado por Passos Coelho na oposição e que agora parece tê-lo contaminado enquanto inquilino de São Bento.
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