viernes, 24 de abril de 2009

Abel Botelho...Foi um Escritor e Diplomata...

Abel Acácio de Almeida Botelho (Tabuaço, 23 de Setembro de 1855Argentina, 24 de Abril? de 1917) foi um militar, e diplomata português, destacou-se também como escritor. Representante em Portugal do realismo extremo, conhecido como Naturalismo, escreveu, entre outros, o O Barão de Lavos e O Livro de Alda, os dois primeiros títulos da série Patologia Social.
Biografia
Abel Botelho nasceu em
Tabuaço, pequena vila da Beira Alta, a 23 de outubro de 1856, e faleceu em Buenos Aires, como ministro da República Portuguesa, em 1917. Iniciando-se na carreira das armas como simples soldado raso, foi galgando os mais altos postos do Exército, tendo chegado a Coronel. Entre outras funções, exerceu a chefia do Estado Maior da Primeira Divisão Militar (Lisboa).
Pertenceu a várias agremiações (Academia das Ciências, Associação dos Jornalistas e Escritores Portugueses, de Lisboa e do Porto, Associação da Imprensa, Sociedade Geográfica de Lisboa, etc.), e foi como um dos delegados dessa última agremiação que esteve em São Paulo, em 1910, por ocasião de um congresso de Geografia.
Em 1911 é nomeado ministro da República em Buenos Aires, onde falece em 1917. Sua carreira literária, começou-a em 1885, com um livro de versos chamado "Lira Insubmissa".
No ano seguinte, lança "Germano", drama em cinco atos, em verso. Proposta à direção do teatro Nacional, esta peça foi recusada. Originou-se uma polêmica, por causa do artigo que Abel Botelho dirige aos responsaveis por sua não aceitação.

Daí por diante escreverá outras peças de teatro: "Jacunda" (comédia em três atos; 1895), "Claudina" (estudo duma neurótica; comédia em três atos, representada no Teatro do Príncipe Real de Lisboa, na festa artística da atriz Lucinda Simões, a 18 de março de 1890), "Vencidos da Vida" (peça satírica, representada a 23 de março de 1892 no Teatro do Ginásio; três atos), "Parnaso" (peça lírica, em verso, em um ato, escrita para a récita de estudantes, em benefício da Caixa de Socorros a Estudantes Pobres, realizada no Teatro de São Carlos, em 3 de maio de 1894), "Fruta do Tempo" (comédia, escrita para a atriz Lucinda Simões; 1904).
Sendo de assunto no geral escabroso, delicado, como pedia o Naturalismo, essas peças causavam agitação, especialmente "Imaculável", que terminou em arruaças e apupos, e "Vencidos da Vida", que não pôde prosseguir em cena pelo que continha de crítica ao grupo literário que dá título à peça, e por ser considerada imoral, originando-se daí uma polêmica entre Abel Botelho e os responsáveis pela proibição.
Em
1891, Abel Botelho inicia o estudo da sociedade portuguesa na série "Patologia Social", que deveria ser o exame exigente e científico dos males gerais que infestavam Portugal, sobretudo Lisboa, capital e centro urbano de maior prestígio.
O primeiro é "Barão de Lavos" (1891), seguido de "O Livro de Alda" (1898), "Amanhã" (1901), "Fatal Dilema" (1907), "Próspero Fortuna" (1910). Além desses, deixou mais três romances: "Sem Remédio..." (1900), "Os Lázaros" (1904), e "Amor Crioulo" (incompleto e póstumo; seu título anterior era "Idílio Triste"; 1919) e o livro de contos "Mulheres da Beira" (1898; anteriormente haviam sido publicados no "Diário de Notícias", entre 1895 e 1896).
Dados
O Barão de Lavos terá sido o primeiro livro escrito em português sobre a realidade da homossexualidade em Portugal.
Morreu na
Argentina, durante a Primeira Guerra Mundial.
A ele se fica a dever o projecto grafico da bandeira da
República Portuguesa, em que o verde representa a esperança e o vermelho o sangue derramado pelo povo nas muitas guerras travadas.

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