
Dinis Ramos Machado (Lisboa, 21 de Março de 1930 - Lisboa, 3 de Outubro de 2008) foi um jornalista e escritor português.
Biografia
Viveu no Bairro Alto, na Rua do Norte, até 1963, quando se casou aos 34 anos. Começou por frequentar o Curso Geral do Comércio, que não concluiu. Foi funcionário da Federação das Caixas de Previdência. Filho de um árbitro de futebol, conhecido por Oliveira Penalty, foi, durante duas décadas, jornalista desportivo nos jornais Record, Norte Desportivo, Diário Ilustrado e Diário de Lisboa.
Desenvolveu posteriormente as actividades de tradutor, autor de guiões para cinema e séries televisivas, estando ainda ligado profissionalmente à actividade editorial. Durante 11 anos, até 1979, foi chefe de redacção da edição portuguesa da revista de banda desenhada Tintin. Em 1971-72, surgiu como editor e chefe de redacção da 1ª série da versão portuguesa do semanário Spirou.
Obra
Dennis McShadeDurante muito tempo, Dinis Machado refugiou-se à sombra de um pseudónimo americano, inventado para fazer sair na colecção Rififi, que dirigia a convite de Roussado Pinto, uma trilogia de romances policiais com um herói borgesiano, um assassino profissional, com preocupações filosóficas, dado aos monólogos e às citações literárias e que age sempre sozinho, com o nome de Peter Maynard, referência a Pierre Ménard, a personagem de Borges que tentava reproduzir o Dom Quixote. Mão direita do Diabo, Requiem para D. Quixote e Mulher e arma com guitarra espanhola foram escritos no período de um ano, quando o autor precisava de angariar 20 contos por ocasião do nascimento da filha.
A reedição dos seus romances policiais pela editora Assírio & Alvim, entre 2008 e 2009, inclui um inédito, Blackpot, publicado em Novembro de 2009.Requiem para D. Quixote serviu ainda de inspiração para o filme Contrato. , de 2009, o primeiro a ser realizado por Nicolau Breyner.
O Que diz Molero
O seu maior sucesso literário, tanto junto da crítica como do público, foi O que diz Molero, publicado em 1977. O que diz Molero marcou o reinício de um processo crítico sobre a necessidade de nos interrogarmos acerca da identidade portuguesa, bem como os caminhos possíveis para a convivência de uma pluralidade de formas artísticas. A linguagem coloquial, humorada e inventiva, a que não é alheia uma oralidade popular, tenta cristalizar figuras, lugares e imagens de um quotidiano que parece perdido.
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