Da entrevista de Sócrates à RTP1 fica uma ideia: o PM não parece compreender que o país já percebeu que as propostas do PS, de lúcido e de credível, pouco ou nada têm.
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O anúncio do aumento do patamar de acesso ao subsídio social de desemprego, feito pelo PM, destinado aos desempregados de longa duração, deveria ter sortido o efeito de demonstrar que, afinal, a sensibilidade social do governo existe. No entanto, trata-se mais de mais uma medida para inglês ver. Não só os valores em causa são minimais como não são garante de uma subsistência digna para os seus beneficiários. Para além disso, o governo continua sem resposta para os mais de 40% de desempregados que não têm acesso a subsídio nem a apoio algum.
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Quando Sócrates diz, como disse esta semana, que o principal problema do país é o desemprego e, depois, apresenta como únicas medidas, a história dos estágios para jovens, as colocações nas IPSS's e o subsídio social, constatamos aquilo que já sabíamos:
(1) o governo PS não tem uma política de emprego coesa e sustentável, não tem, aliás, aparte de umas quantas medidas avulsas, política de emprego nenhuma;
(2) as políticas sociais do PS de Sócrates, que deveriam estar a ser postas em prática para combater o flagelo da urgência social que afecta cada vez mais portugueses, estão a resultar num fiasco tremendo, sendo disso exemplificativo o recente estudo do BP que atesta que, se em 2006 havia 2 milhões de pobres, em Abril de 2009 existem muitos mais;
(3) a postura do PM perante a crise é de um fatalismo assombroso, a culpa é da conjectura internacional, tudo o mais que Sócrates tem a dizer neste domínio resume-se a uma oscilação entre a apologia do alcatrão e o enaltecimento das energias renováveis, como se o conceito e as virtualidades do investimento público se restringissem a isso.
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Aparte da apresentação das suas pseudo-soluções para os problemas concretos do país, o PM ainda fez alguns excursos. Deu o dito por não dito a propósito do desentendimento com a Presidência e repetiu, uma vez mais, o choradinho da vitimização sobre o caso Freeport. Disse que acreditava na conquista de uma maioria absoluta. Está enganado. Ao fim de 4 anos de governação, o PS de Sócrates não está só desgastado, está carcomido pelas más opções e pelas escolhas políticas erradas que têm vindo a piorar as condições de vida dos portugueses.
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A oposição à esquerda do PS tem denunciado a inépcia do social-liberalismo do PS, e tem feito mais, tem contra-argumentado com propostas alternativas, progressistas e viáveis, tem sido aquilo que Sócrates não soube nem sabe ser: credível.
Natasha Nunes
in Esquerda.net
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