miércoles, 25 de julio de 2012

Crespo ao Fresco...

O Crespo lá conseguiu o que mais queria! Fartou-se de trabalhar para
isso nos últimos anos, ajudando, de forma muito pouco discreta, a dar
cabo do anterior 1º ministro, por quem nutria publicamente um ódio
mesquinho. Ele sabia que a recompensa vinha a caminho.



Está visto que o plenipotenciário ministro Relvas e o seu
governo estão gratos a este abjecto jornalista...

Mário Crespo, 64 anos, jornalista da SICN e ex-colunista do Expresso
(de onde foi afastado há dias), foi convidado por Miguel Relvas,
ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, para o lugar de
correspondente da RTP em Washington, vago há seis meses.

Deste modo, Crespo voltará a desempenhar as funções que exerceu entre 1992-98.

O convite está a gerar forte turbulência na RTP, uma vez que a estação
estava a organizar um concurso interno, aberto a meio do mês de março
de 2012, para preenchimento da vaga de
acordo com os critérios estatutários:
1) É dada primazia a jornalistas do quadro da RTP interessados em
trabalhar no estrangeiro.
2) A direcção de informação selecciona os candidatos.
3) Um júri avalia.
4) A administração avaliza a escolha final. Crespo nem sequer é do
quadro: foi despedido da RTP há doze anos. Chama-se a isto, em
linguagem plano inclinado, dar o pote aos boys.

Este assessor de Relvas é que os topa.

Lembram-se do que Mário Crespo disse do Governo de Sócrates? Do que
ele afirmou sobre as perseguições, intimidações, censuras e tentativas
de interferência do poder político no jornalismo?

Da t-shirt que levou à Assembleia da República para denunciar as
malévolas intenções governamentais?

Pois bem: o ministro Miguel Relvas atropelou a administração e a
direcção de informação da RTP e convidou Mário Crespo para
correspondente da estação pública em Washington.

A RTP, não sei se estão recordados, é aquela estação que estava para
ser privatizada, perdão, reavaliada. Sobre o convite, Crespo, cândido
e enternecido, declarou: «É um lugar que me honraria muito nesta fase
da minha carreira e para o qual me sinto habilitado».

Curioso. Pensei que ia recusar com base numa alegada interferência do
poder político no jornalismo, mas não.

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