Francisco Gomes de Amorim (Aver-o-Mar-Póvoa de Varzim, 13 de Agosto de 1827 - Lisboa, 4 de Novembro de 1891), foi um poeta e dramaturgo português.
Este escritor, filho de José Gomes de Amorim e de Mariana Joaquina Bento, emigrou com dez anos para o Brasil. De regresso a Portugal, tornou-se amigo de Almeida Garrett que morrera nos seus braços.
Apesar de viver em Lisboa, deslocava-se regularmente à Póvoa de Varzim, tornando-se amigo de Oliveira Martins, quando este escreve o "Requerimento dos Poveiros" a D. Luís I para se fazer a construção do porto de abrigo.
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O Desterrado
Como são brancas as flores
Deste verde jasminal!
Recorda a sua fragrância
Perfumes dum laranjal …
Mas têm mais suave aroma
as rosas de Portugal!
O coração desses bosques
O brilhante e o oiro encerra;
São imensos estes rios,
imensos o vale e a serra …
Mas não têm a formosura
Dos campos da minha terra!
Estes astros são mais belos,
é mais belo o seu fulgor …
Mas luzem no céu do exílio;
não lhes tenho igual amor…
Ai, astros da minha terra,
quem me dera o vosso alvor!
Que me importam os esplendores,
prodígios que vejo aqui,
aves de vivas plumagens,
os cantos do juruty,
se lhes faltam as belezas
da terra onde eu nasci?
Lá, era a lua mais linda,
mais para os olhos as flores,
mais castos os beijos dados
em mais sinceros amores;
tinham seus bosques modestos
mais inspirados cantores.
Tudo aqui veste mais galas,
de mais viçoso matiz!
Ai que importa, se a saudade
ao proscrito sempre diz
que não há terra formosa
sem o sol do seu país?
Este escritor, filho de José Gomes de Amorim e de Mariana Joaquina Bento, emigrou com dez anos para o Brasil. De regresso a Portugal, tornou-se amigo de Almeida Garrett que morrera nos seus braços.
Apesar de viver em Lisboa, deslocava-se regularmente à Póvoa de Varzim, tornando-se amigo de Oliveira Martins, quando este escreve o "Requerimento dos Poveiros" a D. Luís I para se fazer a construção do porto de abrigo.
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O Desterrado
Como são brancas as flores
Deste verde jasminal!
Recorda a sua fragrância
Perfumes dum laranjal …
Mas têm mais suave aroma
as rosas de Portugal!
O coração desses bosques
O brilhante e o oiro encerra;
São imensos estes rios,
imensos o vale e a serra …
Mas não têm a formosura
Dos campos da minha terra!
Estes astros são mais belos,
é mais belo o seu fulgor …
Mas luzem no céu do exílio;
não lhes tenho igual amor…
Ai, astros da minha terra,
quem me dera o vosso alvor!
Que me importam os esplendores,
prodígios que vejo aqui,
aves de vivas plumagens,
os cantos do juruty,
se lhes faltam as belezas
da terra onde eu nasci?
Lá, era a lua mais linda,
mais para os olhos as flores,
mais castos os beijos dados
em mais sinceros amores;
tinham seus bosques modestos
mais inspirados cantores.
Tudo aqui veste mais galas,
de mais viçoso matiz!
Ai que importa, se a saudade
ao proscrito sempre diz
que não há terra formosa
sem o sol do seu país?
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