jueves, 16 de agosto de 2012

António Nobre...Foi um Poeta Português...

António Pereira Nobre (Porto, 16 de Agosto de 1867Foz do Douro, 18 de Março de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere nas correntes ultra-romântica, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português.
A sua principal obra, (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de subjectivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto-ironia e com a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere, traduzida na utilização do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar da sua produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês.
A sua principal contribuição para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos simbolistas e um outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu com apenas 32 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar.

Índice 

  • 1 Biografia
  • 2 Obra
  • 3 Notas
  • 4 Referências
  • 5 Ver também
  • 6 Ligações externas
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  • MEMÓRIA

    à minha mãe, ao meu Pai

    Aquele que partiu no brigue Boa Nova
    E na barca Oliveira, anos depois, voltou;
    Aquele santo (que é velhinho e lá corcova)
    Uma vez, uma vez, linda menina amou:
    Tempos depois, por uma certa lua-nova,
    Nasci eu... O velhinho ainda cá ficou,
    Mas ela disse: – «Vou, ali adiante, à Cova,
    António, e volto já...» E ainda não voltou!
    António é vosso. Tomai lá a vossa obra!
    «Só» é o poeta-nato, a lua, o santo, o cobra!
    Trouxe-o dum ventre: não fiz mais do que o escrever...
    Lede-o e vereis surgir do Poente as idas mágoas,
    Como quem vê o Sol sumir-se, pelas águas,
    E sobe aos alcantis para o tornar a ver!

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