Desemprego já supera os 20% em 12 cidades
.
Repetimos agora as contas, com dados de 2012, e triplicou o número de concelhos com mais de 20% da população sem trabalho. Existem agora 12 vilas e cidades neste patamar. E revisitar as mesmas pessoas ouvidas há dois anos mostra que as dificuldades se intensificaram: o trabalho precário e a emigração são as únicas soluções para escapar ao desemprego.
No grupo de Rita Belinha e Gonçalo Sapage, dois amigos de Espinho, a entrada no mercado de trabalho, de uma forma consistente, teima em não acontecer. Ao fim de dois anos depois da primeira visita do SOL, a espiral de desemprego, estágios e contratos precários é de tal forma avassaladora que, quando contada, parece uma tragi-comédia.
Gonçalo, depois de vários anos entre o desemprego e contratos a prazo no El Corte Inglés e nos CTT, está agora, aos 30 anos, no terceiro contrato de dois meses com o Barclays, como comercial. Já a irmã foi para o desemprego depois de um estágio. A namorada também e, com o curso de Direito na Universidade Católica, está agora a concorrer para um emprego como controladora aérea.
Uma amiga, que tirou um curso de fisioterapeuta, trabalha numa padaria. Outra está desempregada e a única proposta que recebeu, nos últimos tempos, foi de uma empresa de cosméticos cujo salário seria pago em produtos capilares. «É pena que não dê para almoçar champô ou pagar a casa com pomadas para a seborreia», brinca Rita.
Depois da primeira visita do SOL, também Rita está novamente desempregada. Licenciada em Novas Tecnologias da Comunicação e a acabar agora um mestrado na mesma área, fez um estágio profissional na Academia RTP, em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas ao fim dos nove meses foi informada de que não iria continuar. As contribuições que fez para a Segurança Social não chegaram para ter subsídio de desemprego. Aos 24 anos, teve de regressar a casa da mãe, depois de ter arrendado casa.
No hay comentarios:
Publicar un comentario