Sinceramente não se percebe o que foi fazer Manuel Dias Loureiro à SIC, no dia em que anunciou a sua demissão do Conselho de Estado. O ar descontraído e bem-disposto que revelou à chegada a Carnaxide era, afinal, apenas isso: ar.
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Porque quando Rodrigo Guedes de Carvalho começou a entrevista, confrontando-o com o “assassinato de carácter” que Oliveira e Costa lhe tinha feito na véspera no Parlamento, Dias Loureiro avisou logo, com ar crispado, que não ia comentar as declarações do seu ex-patrão no BPN e na SLN.
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Ora, afinal, o que disse o ex-conselheiro de Estado aos portugueses no intervalo da final da Liga dos Campeões? Nada. Pior ainda. Os argumentos que o levaram a recusar a demissão nos últimos sete meses são exactamente os mesmos que usou ontem à noite para justificar a sua demissão. É mau demais para ser verdade.
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E depois ainda teve tempo para se mostrar muito chocado com a manchete do CM em que se noticiava o facto de estar sob investigação do Ministério Público. Esfarrapado argumento para um homem que nestes sete meses ouviu muitos conselheiros de Estado e dirigentes do seu próprio partido pedirem a sua demissão para evitar embaraços ao Presidente da República.
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Rodrigo Guedes de Carvalho, afinal, até teve razão quando disse que Dias Loureiro se tinha demitido do Conselho de Estádio.
Porque o que se passou ontem é mais digno da bola do que da política.
António Ribeiro Ferreira
in CM
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